sábado, 13 de novembro de 2010

15 de novembro de todos os meus anos !

minha varanda
meu amor
Passagem
Fiquei plantado seco no jardim do
encantamento, enquanto o vento
alegre batia nas árvores, à janela,
disfarces de dores, folhas gemiam,

uivavam aos ouvidos - então, me
perguntava: - que argumento justo
havia a justificar tanta aflição,
só de quem te ouvia, - dementes
sem respostas, não te via.
Cabelos soltos e assanhados,
vão apressados, tropeçam-se,
silvo às folhas zuniam, imitavam
os passarinhos delinqüentes, em
ti resistiam.
Os dias previstos têm sido assim,
Inesperado momento, chove e as
nuvens no altar correm em preces.
Pra onde vão os mares marcados,
- Não me esperam as procissões!
Para aonde vão queixas, dúvidas,
incerteza, instigam-se ao Painel à
natureza, às variações da Fonte e
aos gritos, às dimensões perfeitas
tendem a ser os teus, meu delírio.
Outras aves passam por mim e
me atropelam às folhas caídas,
espalha-me sobre chão pisado,
os arrepios vêm de muito longe
as minhas dores, úmidas mãos
manchadas, cães encharcados,

sujos de perfume da estação,
sem abrigos e nus nas sarjetas
imundas, aves voam a distante
direção ao rito da vida, música,
ao sopro do refrão, é tarde, soa
o silvo nas folhas, as gotas vãs
te anunciam, pálidas miragens.

II.
Sente o gosto de papel, os teus desejos,
estranhos riscos, teus desejos de papel,
lábios trêmulos, entranhas mãos e frias,
longos passos, indiferente, apressado,
vai contramão, gente livre corre à toa.
Sonho da realidade - desejos de papel.
Pois, estes mares que definimos a razão
ser o teu caminho. Atamo-nos os braços,
sem bússola, aceitamos o timoneiro do
destino a navegar nas ondas, correntes
que vão pro Sul que vem do Norte do
extremo Oriente vem o passatempo da
III - Sabedoria:
Naveguemos pro Ocidente a descer com
o Sol, subir com a Lua a alvorada noturna
do amanhecer da aurora de ninguém.
in Verdades - homenagem: 15.11

domingo, 25 de abril de 2010

Da dor à pieguice ?

globo.com. Touro atinge o espanhol José Tomás, durante exibição do México. (Foto: Robledo Juan Manuel / FP)
Caros Irmãos,
desde muito tempo a farra do boi tem sido muito cruel, atravessa gerações. É sabido que muita gente gosta e aprecia o tal hediondo espetáculo, tem-se como se fosse um brinde ao cair das tardes peninsulares. Ora porque simplesmente gosta, porque diverte os olhos e satisfaz a vaidade de se sentir “superior” à vida do animal, ora porque tem na tradição medíocre de suas raízes culturais a prática da tortura contra seres que se tornaram dóceis aos nossos uso e costumes na História das civilizações, e ainda, de alguma forma, muito de nós tiramos o sustento à manutenção da vida, come-se lhe a carne, bebe-se o sangue e o leite dessa espécie, pois ainda de cada unidade genética desse ser, serve-se aos utensílios da carcaça ao mugido aos mais diversos confortos capitais, pois isso só não nos basta, pois muito de nós pensa assim, o maltrata e o submete a doloridas privações e ao sacrifício imbecil do touro, ou outros muitos de nós sequer pensam diferentes e mantêm o boi, o touro, a vaca, o animal como o alimento preferido da festa do churrasco, à alegria das dores que não dói, porque os homens não as sentem, e talvez, por isso, por instinto também matam.

Nesses círculos juntam-se multidões, uns porque são donos do espetáculo, e da desgraça desses irracionais, assim tiram o sustento profissional, outros porque são senhores absolutos da ignorância e somente se divertem, nem de que sabem o porquê. Outros, então, porque são cegos absolutamente cegos, se divertem, riem e aplaudem a mediocridade dos homens semelhantes. Vimos assim desde de muito tempo, inerte assistindo as dores do touro nas arenas do sofrimento e, simplesmente, rimos, certos de que a dor, a ira desses animais não se assemelha a minha dor nem a tua dor. Que pese esse espetáculo sórdido de matança por diversão não tenha data para terminar, pois sempre começa ao bel prazer, se o ofício for a ociosidade dos prazeres da cultura sangrenta dos homens medievais, muitos touros ainda irão morrer.

In Verdade – 25 abril 2010

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Constatação - no que pensamos acreditar.


Amém!
No que pensamos acreditar –
muito dos quais conheço,
homens e mulheres e moços,
acreditam em Deus, e
quando se explicam de tal crença,
se forem indagados a se explicarem,
falam da palavra, segundo eles,
representada pela Bíblia,
obra das palavras do Senhor,
pois, consta-lhes que é sagrada
e por qualquer razão nada
se tem de que se duvidar.

Outras pessoas dizem ser racionais,
usam termos de vocabulário moderno,
são pragmáticas e vivem. Por isso,
se justificam dizendo que são ateus,
agnósticos e outros,

dizem que são de outras crenças
quaisquer que seja, menos que
acreditam em Deus ou deuses.

Eles têm outras versões
daquilo que acreditam, dizem que
não existe nada mais no planeta e
no mundo que não seja o próprio
homem, senhor do seu destino,

e que todas as impressões e
as sensações são mero desfrute
da imaginação e da inteligência
do ser humano em delírios na jornada
fantástica dos pensamentos,

são o que valem enquanto vivos.
Nada mais. Louvado, então,
seja esse Homem, dono
de todas as coisas do Universo,
empreendedor de todas as dores,
capaz de se autogerir ante a
pequenez que representa
no Universo, e por se justificar
ser grande.

Louvado seja todos nós
que invocamos a ignorância
para justificar o que
nada sabemos nem de nós.
In Verdades. - abril 2010