sábado, 5 de fevereiro de 2011

Verão dos tempos vividos

meu arquivo - janeiro 2011

meu arquivo - 2000

Sou o tempo das gaivotas famintas e,
sobre as águas sobe e desce as ondas
- piratas em tempestade – albatrozes.

Vêm de muito longes as nuvens brancas,
céus das aves caídas grasnam os urubus,
e latas de ferro, garrafas de areia e “pets”
incivilizadas flutuam igual peixe sufocado,
intoxicada maré, já vi subi tantas ondas e
n’outros rios, eu passei por ti, esperança.

Mas é fato ser ainda por que não entendi
- tu passarinho tolo bem-te-vi - te indago
a alegria ingênua, pura de tantos homens
caídos, tanta dor e lágrimas pequeninas,
desfolhados morros, desalmado vale de
montanhas barrentas noites passadas,
olhos desconhecidos - tu-eu sem dormir.

Ouço aqui o Teu Santo Nome invocado
- Tu és o misericordioso e o provedor dos
mares tortos, sedenta fúria, placebo raro
da purificação.

Vem Sol à estação da estiagem moderna!
Traz-me o fruto vinho, a água doce e não
nos falte o pão e o sal das terras impuras,
mas se volte insumos ao amargo desejo
dos homens-ilusão.
In Verdades - fevereiro 2011