domingo, 16 de novembro de 2008

Sempre se puder exclua-se dessa agonia.

foto: G1 globo.com - 14 novembro 2008
Ipanema ganha 'rio de esgoto' após chuvas.
Segundo Feema, língua negra vem da galeria de águas pluviais.
Banho deve ser evitado no trecho próximo ao canal do Jardim de Alah.
Do G1, no Rio

Sempre se puder exclua-se da agonia.
Caro amigo! Você se lembra da garota de Ipanema nos versos de Vinícius Moraes, Tom Jobim, João Gilberto e tantos outros poetas idealizadores da beleza e do sonho do mundo brasileirinho? Pois é... Agora também temos a Língua negra de Ipanema, marco das civilizações industrial, numa versão perversa, mas ideal aos dirigentes políticos e à consciência das populações irresponsáveis do Brasil... Pois, vou rogar uma praga para esse panorâmico esdrúxulo: tomara que essa ‘Língua negra’, pegajosa podre, fedorenta e sedenta, se torne cada vez mais nervosa e babando lama escura e cuspindo detritos do vestígio humano de animais pelas ventas, invada outras baias do Brasil e predomine-se e conviva-se bem com os restos sórdidos dos homens que restam ainda agora. Quem sabe assim a cidadania se explode em manifesto pró-Natureza e Deus salve o Planeta.

Visto desse modo, não haverá tempo futuro, pois, o tempo presente está gasto e traspassado, ficou caduco para as novas gerações, e as ondas que vinham bater nas areias brancas de Ipanema, trazidas pelos ventos dos oceanos distantes, chegam pois exaustadas. Então, cansadas de esperar as boas vindas, rebelam-se e tornam-se maremotos e vendavais, e fogo queima em água-vivas, doutrina a Natureza. Seja a bondade de Deus à prática do tempo o exercício da onipresença, pois, os caminhos dos rios não mais o levaria aos mares nem aos caminhos das florestas aos ares verdes da vida. O mundo se tornaria só, horrendo só, e escasso em extinção seria os coitadinhos dos animais in extremis via.

Lembra-se, meu amigo, da ‘princesinha do mar’ ? Que não me digam que se tornou ou se tornará bruxa-feia, a digna Copa Cabana dos menestréis da Bossa Nova ‘60, agora, da paura insuspeita dos imorais predadores? Da Lagoa Rodrigo de Freitas poça escura de detritos e lágrimas de inocentes? Talvez, melhor ainda seja, olhar pro cimo das colinas que restam verdes e correr aos olhos os horizontes das montanhas cariocas dos rios de janeiro. Olhar o Cristo Redentor e aceitar em um aperto de braços bem abertos o calor da Redenção, porque Jesus, à imagem semelhança filho do Senhor, tornou-se homem só para as causas cruéis dos inconseqüentes irmãos predadores, perdoá-los.

“Segundo Feema. Língua negra vem da galeria de águas pluviais. Banho deve ser evitado no trecho próximo ao canal do Jardim de Alah.”

‘Alah, meu bom Alah’! Temos mesmo de atravessar os desertos? Aonde há desertos aonde há caminhos menos impuros para se atravessar? Fujamos então para lá! Pois, daqui se aceitarmos as dores do Mar, não teremos remédio para socorrer nem as águas nem as areias nem as garotas árvores de Ipanema, ficaremos sem Copa, voltaremos, então, por fim à era da Cabana – Ocas dos Guaranis-tupis mais felizes.

abraço, simao

In: Verdades - 14 nov 2008

sábado, 15 de novembro de 2008

Dia de aniversário - 15 novembro

foto: www.quintaldaruaacre.blogspost.com
Mirando o céu - belas arvores.com.br

15 novembro
Eu tive um sonho e muita sorte.
Pois, vim ao mundo neste dia,
E tudo estava como fora antes,
Exposto e completo.

Tu eras a minha história,
A minha esperança fé,
A minha honradez sólida,
O meu retrato futuro de sol,
E pronto.

Não me faltaste à luz sob o teto.
Eu dormia protegido e presente.
À tua palavra, então, cresci feito,
A providência à estima vida.

Sou hoje os teus iguais semelhantes,
Herdeiro genético dos presentes idos,
Mas se de ontem me lembravas ainda,
Fui a Porcelana rara e quase perdida.

Vi-me in vitro delicada via em ti,
Postei o teu retrato e o meu vivo,
Pedaços de perfis e de jornadas
Dos tempos dos homens
Amanhecidos.
In: Verdades - 15 nov 2008

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Espelho dos Tempos

foto: www.sfondipertutti - Coniglieto si scalda
NA FLORESTA DO ALHEAMENTO

Sei que despertei e que ainda durmo. O meu corpo antigo, moído de eu viver diz-me que é muito cedo ainda... Sinto-me febril de longe. Peso-me, não sei porquê...

Num torpor lúcido, pesadamente incorpóreo, estagno, entre o sono e a vigília, num sonho que é uma sombra de sonhar. Minha atenção bóia entre dois mundos e vê cegamente a profundeza de um mar e a profundeza de um céu; e estas profundezas interpenetram-se, misturam-se, e eu não sei onde estou nem o que sonho.
(F.Pessoa)
foto: www.sfondipertutti - Cavallo al tramonto
foto: Ghepardo - www.sfondipertutti
Alheamento
Balcão das horas. Então, o fim,
O ventre nu, o som e a música,
Teus cabelos balançam e voam,
– Rendeste-te em mim.

Auto-me sugestivo em risos de
Mona Lisa, tu sempre tu-eu-fins.

Quem és tu...
D’onde tu vens...
De que mãos imorais,
Malditas, te livraste a tempo...

Aqui tu te danças – eu só te aprecio.
Tu bebes e comes extensos olhares,
Longas garrafas embevecidas azuis,
De perfumadas flores - eu -te sonho...

Nina dos prazeres e das aventuras,
Da sombra pueril do avesso tempo,
D’ teu e meu passado uno repetido,
Da dor anfitriã à sombra do acaso.
In: Verdades - out 2008

domingo, 2 de novembro de 2008

TERRA DO SOL - DO FOGO - DE NINGUÉM ?

Mapa indica a localização da Flora do Bom Futuro

poucas árvores de grande porte permanecem em pé dentro da unidade de conservação.

(Foto: ICMbio / Divulgação)

Ameaças impedem o combate aos incêndios na mata.

(foto: ICM / Divulgação)
G1 globo.com - 02/11/2008

Na Floresta Nacional de Bom Futuro, em Rondônia, as grandes árvores já quase não existem. Em uma das áreas protegidas mais problemáticas do Brasil, a ocupação ilegal, as queimadas e a retirada clandestina de madeira já consumiram pelo menos 25% do território, e levaram embora grande parte do potencial econômico que poderia ser explorado de forma sustentável.

O último relatório sobre o desmatamento da Amazônia divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indica que, apenas no mês de setembro, 11,9 quilômetros quadrados de mata foram degradadas na Bom Futuro.

Semana passada, o boletim de alerta do Prevfogo – órgão que monitora as queimadas dentro dos parques e reservas nacionais – indicava alerta vermelho na região, apontando que havia confirmação de incêndio na mata. Abaixo do alerta, uma informação deixava claro que a situação fugia do controle: “a unidade não possui estrutura e há invasões no interior da floresta nacional que oferecem risco de morte à equipe da UC [unidade de conservação]”.

Hoje, a floresta conta com quatro servidores, que trabalham em um escritório em Rondônia, para cuidar de uma área de 2,8 mil quilômetros quadrados – área equivalente a duas vezes o município do Rio de Janeiro. No interior da área protegida, vivem pelo menos 1.500 pessoas, além de dezenas de milhares de cabeças de gado. Como a ocupação é ilegal, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), responsável pela manutenção do local, não consegue obter números precisos.

Segundo a analista ambiental Cristine Suemasu, umas das pessoas responsáveis pela floresta, a equipe consegue visitar o local apenas duas ou três vezes por mês. “Na última vez em que fui para lá, fomos com um carro descaracterizado, para não termos problemas”, relata.
Não bastassem as queimadas e a ocupação irregular, a floresta, criada em 1988, ainda tem outro problema: cerca de 350 km² de sua área estão sobrepostos à terra indígena de Karitiana. De acordo com Suemasu, o que poderia ser motivo de conflitos acaba se transformando em solução, no caso da Bom Futuro. “Para a gente, é uma forma de resguardar essa área. Os locais mais protegidos são os vizinhos às terras indígenas. Invasores têm receio de entrar no local”, revela.
Saídas complicadas
Acabar com os problemas da Bom Futuro não é tarefa das mais simples. Dentro da área que deveria ser protegida já há duas vilas, escolas, igreja e até um posto de gasolina. Uma linha de ônibus, ligando a cidade de Buritis a Porto Velho, também já transita nas estradas abertas irregularmente na floresta, segundo a analista ambiental.

Uma das formas encontradas pelo Ministério do Meio Ambiente para proteger florestas nacionais é realizar uma licitação e concedê-las para a exploração madeireira por meio de manejo sustentável. Na Bom Futuro, essa não é uma boa alternativa, já que as árvores mais valiosas já foram quase todas cortadas.

No início de outubro, o Ibama anunciou que faria uma operação na região, instalando portarias de acesso nos quatro principais acessos do local, e monitorando o fluxo de entrada e saída de moradores e mercadorias por meio de um banco de dados conectado à internet. Prevista para o final de outubro, a operação ainda não aconteceu.
Enquanto a situação permanece sem controle, os quatro servidores do ICMBio responsáveis pela área ficam de mãos atadas. “Hoje, estamos elaborando uma forma de fazer o plano de manejo. Trabalhamos mais no planejamento, mas não conseguimos colocar muita coisa em prática”, lamenta Suemasu.
in totum -02/11/2008