sábado, 30 de maio de 2009

Carcará, pássaro que "pega, mata e come, mais coragem do que homem, ..."

Nome científico: Polyborus plancuss plancus -
O carcará é um limpa-estradas. Come tudo o que acha, desde as carcaças de cadáveres ...

cobra-de-duas-cabeças no Cerrado - G1 globo.com -30 maio 2009
Animal, nativo de Goiás, apareceu durante obras de usina hidrelétrica.
Anfisbênios são grupos ainda pouco estudado de répteis.

Caro amigo, "quem conta um conto aumenta um ponto"

Veja, meu amigo, tem gente que ainda vê cobra de apenas duas cabeças lá Cerrado dos carcarás, não é essa uma visão de retrocesso dos fatos tão absurdos e tão reais? Pois saiba bem que essa gente esqueceu-se de olhar para outros cerrados tão quanto importantes com covas, 'ninhos' mais profícuos de cobras com três até quatro cabeças, dispostas e bem nutridas, perambulando por corredores ilustríssimos muito bem polidos ou acarpetados de vermelho 'não-tô-nem-aí-pra-vocês biólogos indiscretos'. Veja, por exemplo, se essa gente com olhos de biólogos, naturalistas eficientes que são, pudessem distinguir o bem do mal, que maravilha seria! Então, caberia assim a explanação desses demônios de deus: uma cabeça fica em casa, moradia paga pelo contribuinte, bem longe do Cerrado, sob o teto o conforto às presas farta e gostosas; a segunda cabeça nas assas do avião de lá pra cá divide os quinhões com filhotinhos bastardos à fantasia popular; a terceira cabeça, ah, a terceira cabeça! Essa sim, bem que poderia mais preocupar os biólogos naturais, pois assim vai à caça predatória ao Cerrado, bebe todas as águas dos oásis ilusões, as que sobraram do acaso, mas sob a profundeza das terras calcinadas, fazem-nas jorrar a custo caro, pago pelo contribuinte, trabalhador constante à manutenção do ninho das cobras à sobrevivência de biólogos menores, meros expectadores das duras realidades das caatingas, dos cerrados e dos sertões. Nem sobraram mais os carcarás, foram aos poucos, num processo perecível e curioso deprimente, todos comidos. Por necessidade os calangos vão à escassa, o mandacaru se esturricou; mas a função maior da terceira cabeça é alimentar as outras cabeças, pois não podem ficar vazias; a quarta cabeça, essa é a solidária populista, vem ao parlatório e mostra somente a quarta cabeça, bem corada e de pele trocada, renovada, antes do amanhecer, a público confessa que tudo isso é mentira de biólogos, essas são gentes, os biólogos, que caluniam que difamam que futricam e fazem do reino das cobras infundadas visões, são os oposicionistas esperançosos e otimistas do Sistema de Pindorama que se inflamam às mudanças, apenas às mudanças. É inveja, diz a cobra de duas só cabeças e de bocas grandes de sapo-cururu.
In Verdades - maio 2009

abraço, simao

sexta-feira, 1 de maio de 2009

foto: simao abril 2009
foto: simao abril 2009

foto: simao abril 2009
Arco-íris brilha na Zona Leste de S P (Foto: Michel B. Halkewitsch / G1) 14/04/2009

O meu nome!

Não sei, eu nunca soube dizer o meu nome!
Ainda que soubesse de nada adiantaria te dizer.
Mas por que te dizer o meu nome - mudaria o quê?

Uma vez quando de longe, lá do alto da mais nobre esperança,
Chamaram-me de tal fulano, quis tentar conhecer os ouvintes,
Havia tantos na mesma aflição. Não me dei conta do meu nome.
É possível que eu tenha perdido a oportunidade de me conhecer.

Pois nunca quis saber o meu nome – não o tenho. non natus!
Sabe de uma coisa, amiga! Chamam-me de tudo quanto sou.
Um anjo a quem devo humildades, por não lhe negar o amor,
Ainda assim, chamou-me de demônio. – Fiz-me de ridículo!

Tentei me explicar, mas não adiantou. – Sou um ridículo!
Chamam-me de demônio, nem assim, por tudo, não o sou.
Quando me sinto nada de ninguém, nem mesmo anjo mau,
Contrário a tudo, não sou eu o mais ridículo. - Sou?
In lembranças - 1° out 1996

Num velório do Araçá

Perdemos um amigo dos bons, sem o conhecer.
Ganhamos saudades eternas sem saber por que.
Quando acordamos de uma noite mais profana,
Nem a vida nem a morte se questionam, em jogo,
Está o processo definido, concluído, pois, quando
Se diz: saudade...

Um homem velho – Uma mulher!
Um homem novo – Moça – Uma criança!
E lágrimas, magoados risos de conversa-fora.
Respiro ao alheio frio inquestionável da noite
– Um homem diz: - Saudades! E se consterna.

Lá fora, em volta às vidas, continuam os automóveis.
Deparam-se, insultam-se e cigarros fedem queimados.
Pedintes me agradecem a vida a Deus. - Digo Amém!
Lamentos se transformam em orações ora pro nobis.
As lágrimas da moça bonita descem e sem pecados.

O rosto dela chora! Mas tudo aqui é noite-madrugada!
Tudo parece aqui frio e inerte – é campo acimentado.
Sob o céu não há mais um tempo enfermo – é frio!
In lembranças - 5 out 1996