quarta-feira, 29 de maio de 2013

Ai de quem anda só!


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VAE SOLI !
... muita gente já sabe disso de longo-tempo  e diz saber daquilo que ainda vai fazer  – não eu não sei... não sei nem sei saber por que... a mim interessa saber? ter a dúvida em si – não eu não tenho dúvida, já disse uma vez que sou completo... nasci completinho, pronto para o mundo e viana martins... é isso! – eu não perdi nem pedi nada... um dia me viram nascer e me deram contentes à vida, me registraram à fiel completude... pois não poderia ser diferente visto que chorei e me confortei ao doce-leite de minha mãe, mamei, aspirei os ares do planeta... senti as dores... fui visto nu  igualzinho a ti enquanto dormias ao sono do não saber por que...

agora, em incertos ventos que viram o mundo e atordoam teus pensamentos, encostado à parede, distante ao céu à cortina das nuvens me perguntas se eu sei de quê te atordoas... eu não ! eu não sei... para quê saber? - Se sou único igualzinho aos teus pensamentos, então, minha missão na terra é saber compreender o quê não sei e o nosso caminho, se quiseres dizer assim, é mistério... mistérios por quê saber,  porque não sei...

mas se te tentas saber “coisas demais”... sei que sou um animal vida elefante da manada perdida dessas reses, gados da terra... sou árvores nas florestas escassas... sou fruto a cair e a germinar todos os dias... sou o rio-doce dos peixe e dos mares sou a grande criatura-sal a zelar pelo o quê não sei... te peço, não invente quaisquer missões temperamentais, basta o sonho dessa vida-ser... basta-me o peso-leve da consciência... a gratuidade de não ter vindo a cumprir nenhuma missão nem especial no planeta a não ser apenas viver o completo ciclo de não saber o quê...
veja ao teu redor o espaço ofertado a tua dúvida insana... a luz do sol, as casas de pedra e areia, os lagos sujos dos pássaros encharcados, o perna-de-pau que se levanta e cai ao barro estúpido-polido dos construtores a subir palácios a dar-se explicações monumentais... e ainda não sabes por quê... e os automóveis, o avião notícias de ter varado o céu pra longe a outros sertões, à noite a lua-cheia, o santo da tua consciência, os odores dos lixões, os restos noturnos sem visão, o pássaro soberbo da tua fantasia, alegoria egoísta, medíocre ilusão, essa tua miragem de gato-andante faminto sem pão.
nesse instante de reflexão vou te contar o meu segredo, sem expectativas, pois são iguais ao teu... a originalidade se anula à banalidade dos vícios, em tudo que imaginamos fazer somos iguais, mais semelhantes é a luz que te ilumina a paciência de ser e de esperar o quê na impossibilidade de ser – tu não verás, porque eu anoiteço à luz.
                                                                                             28.mai. 2013. In Verdades

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Peixinhos Salgados


pq. aclimação-sp. by simao
A quo
Acenei um bom-dia aos grãos d’ areia branca!
O vento soprava à beira-mar dos teus passos
Vindo de muito longe – eu cá não sabia onde
A onda em cantos misteriosos em ti espraiava

Tu eu e você – ele ria, pois não sabiam de quê.

Dos mares às vezes vêm peixes sereias cansadas
Vem com as marés a sintonia do canto alto inverno
Sombras pros meninos meninas e mulheres lindas
Feias as dores – às vezes - mais convém a tua vida.

Sinuosa estrada mentirosa - galhos secos de verão
Mudam os oásis espelhos d’ água azul manchado e
Verde de Ilusão:

- Foste tu meu menino - foste tu minha doce criança
As meninas d’oiro  - e foste tu minha mulher-sereia a
Caus’ estúpida imposta’o caro do sol – sal da areia.
23.5.2013 - In Verdades

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Desprovido de Título

parque da aclimação- sp, by simao, 14.5.13

Taedium Vitae
Aliás, nem sei se preciso dar um título a essas letras corridas, escritas vindas do coração, então, nunca deveriam receber títulos marcantes, porque as traduções do coração vêm dos sentimentos e da saudade, às vezes, do tédio não compartilhado. São compulsivos, pois inomináveis.

De pouco interessam a pessoas, porque não te conhecem. São como “As Cartas de Amor”, de certo modo, inúteis e pálidas e “ridículas” por traduzirem não somente o Amor, mas a maioria das vezes as lembranças, pois também recentemente o teu passado sem me lembrar de o que fizestes mais. Ridículas.

Conjugar o passado recente, então, é ter saudades recentes, poetar-se às paredes, amanhecer-se à escuridão e ficar pendurado patético amarelando-se, depois às indiferenças sujas e vãs seguidoras do tempo serão sempre os teus olhos tristes, quase esquecidos sem por que sei piedosos.

Mas à tua parede tem seis retratos amarelando-se à saudade, um é lembrança recente incinerada aleatoriamente, outros são mais distantes a nenhuma carta me retornou às saudades.

Adianto-me nesta proposição de agora o recente hábito de mandar notícias. Não sei por que não me retornam. Peço-te desta vez única, se o teu passado recente não me apressar à hora e assim permitir, responda-me tão-logo, porque ainda posso maturar a tua vida, ausência tediosa.
                                              15 de maio 2013, In Verdade.