globo.com. Touro atinge o espanhol José Tomás, durante exibição do México. (Foto: Robledo Juan Manuel / FP)
Caros Irmãos,
desde muito tempo a farra do boi tem sido muito cruel, atravessa gerações. É sabido que muita gente gosta e aprecia o tal hediondo espetáculo, tem-se como se fosse um brinde ao cair das tardes peninsulares. Ora porque simplesmente gosta, porque diverte os olhos e satisfaz a vaidade de se sentir “superior” à vida do animal, ora porque tem na tradição medíocre de suas raízes culturais a prática da tortura contra seres que se tornaram dóceis aos nossos uso e costumes na História das civilizações, e ainda, de alguma forma, muito de nós tiramos o sustento à manutenção da vida, come-se lhe a carne, bebe-se o sangue e o leite dessa espécie, pois ainda de cada unidade genética desse ser, serve-se aos utensílios da carcaça ao mugido aos mais diversos confortos capitais, pois isso só não nos basta, pois muito de nós pensa assim, o maltrata e o submete a doloridas privações e ao sacrifício imbecil do touro, ou outros muitos de nós sequer pensam diferentes e mantêm o boi, o touro, a vaca, o animal como o alimento preferido da festa do churrasco, à alegria das dores que não dói, porque os homens não as sentem, e talvez, por isso, por instinto também matam.
Nesses círculos juntam-se multidões, uns porque são donos do espetáculo, e da desgraça desses irracionais, assim tiram o sustento profissional, outros porque são senhores absolutos da ignorância e somente se divertem, nem de que sabem o porquê. Outros, então, porque são cegos absolutamente cegos, se divertem, riem e aplaudem a mediocridade dos homens semelhantes. Vimos assim desde de muito tempo, inerte assistindo as dores do touro nas arenas do sofrimento e, simplesmente, rimos, certos de que a dor, a ira desses animais não se assemelha a minha dor nem a tua dor. Que pese esse espetáculo sórdido de matança por diversão não tenha data para terminar, pois sempre começa ao bel prazer, se o ofício for a ociosidade dos prazeres da cultura sangrenta dos homens medievais, muitos touros ainda irão morrer.
Nesses círculos juntam-se multidões, uns porque são donos do espetáculo, e da desgraça desses irracionais, assim tiram o sustento profissional, outros porque são senhores absolutos da ignorância e somente se divertem, nem de que sabem o porquê. Outros, então, porque são cegos absolutamente cegos, se divertem, riem e aplaudem a mediocridade dos homens semelhantes. Vimos assim desde de muito tempo, inerte assistindo as dores do touro nas arenas do sofrimento e, simplesmente, rimos, certos de que a dor, a ira desses animais não se assemelha a minha dor nem a tua dor. Que pese esse espetáculo sórdido de matança por diversão não tenha data para terminar, pois sempre começa ao bel prazer, se o ofício for a ociosidade dos prazeres da cultura sangrenta dos homens medievais, muitos touros ainda irão morrer.
In Verdade – 25 abril 2010