quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Compactuando o tempo às amizades -2008

Anhangabaú - São Paulo fev 2008
Lá no alto do arranha-céu tem um corvo livre e solitário, Espreguiçando-se tempo, tem um corvo livre e sereno, Espreitando-se à liberdade escassa dos anjos de deus. Pousado às hastes da antena, na milagrosa sintonia, Atenta-se, aguarda o homem moderno de pedra passar, Enquanto se entrete com os vestígios do campo, descansa. Convive às amizades a aparição dos girassóis coloridos, Guarda-sóis de guarda-chuvas pintados de esperanças, Estranhos passageiros entre outra distração sem limite, Homens vaidosos e vícios quem perene aos olhos te parece, Administradores de lembranças de valores perecíveis, Longínqua estrada de estiagem secura, Rota das lenhas, secas.

Pois, mira-se vaidoso, tem-se a compaixão, a paciência, espelha-se, mira-se mais seguro e confiante e limita-se a um ser patético, que não finge a causa às duas dores. À mira vem um bando disperso de um e de três irmãos, solitários, no céu de nuvem flutuam em vôos supremos. Um avião na linha do céu vai ou navega e grita e some. E o sol se espalha aflito nas ogivas das fuligens do verão. Entre as árvores, as folhas secas restam às pedras, escuro sertão, À janela, tem-se a ave, a anunciação, Fulminante guerreiro não dá trela se ignora a solidão.

Ocupa-me, acompanha-me entre olhos nas nuvens, Blocos de aço e de tormentos e chumbo agonizam-se, disfarce das águas e das ventanias, mas não chove - Ameaças – o Sol fibrila as cores e vem à tua dor.

Atento amigo! paciência, amigo! paciente tem razão os tempos. - Estive pensando no desperdício das carnes do ocidente. Na ausência do trigo do pão, do macarrão, bolo da Terra, Na quantidade de bocas, santa mãe ainda tem de nutrir! Alimentá-las ao vinho - ao sumo desejo e do teu prazer, Fúria da fome que compõe as necessidades do tamanho mundo, De diferentes estilos de pés cansados, pois seja só assim, O hábito da sobrevivência, A expressão manifesta precária, De quem um dia talvez precisasse provar dessas iguarias.

Por isso, amigo guardião das sombras, Selecionei esses perfis de homens tolos em vídeo, Ligeiros a olhos perdidos, O teu passado companheiro bizarro, Elegante e vistoso a tanto é o céu do teu desejo às sobrevivências.

In Verdades - agosto 2008

11 comentários:

Mauro Pereira da Silva disse...

Professor Simão, que belo texto: sensivel, a ponto das imagens ficarem flutuando em nossos olhos.
Parabéns e um abraço do amigo Mauro.

Anônimo disse...

Caro Simão, compactuar as amizades mesmo sendo a amizade somente uma boa intenção, vale a pena ver as horas passar, cada um com a sua "boa" intenção...
bom fim de semana!
abraço, Paulo

Vanuza Pantaleão disse...

Oi, Simão!
Vai me permitir uma generalização?
Todos os homens são tolos...E o que se julgar esperto, coitado! É o maior de todos...Gostei, mas você sumiu...Tá no seu direito!Bjs

MARTHA THORMAN VON MADERS disse...

Caro amigo, fico pensando como pode ter tanta elegância na hora de escrever?
Seu texto é impecável e direto!
Um grande abraço

Unknown disse...

Amigo Simão, só alguém com sua sensibilidade para descrever, de forma tão bela, aspectos tão simples e corriqueiros da vida! Um abraço!

Vanuza Pantaleão disse...

Tudo bem, Simão!
Conosco não há disso...Eu também ando correndo, mas blog é vício, rsss. Teu comentário é uma graça, como disse a Martha, tens elegância ao escrever. Adoro!
Obrigada e noite de sábado bem suaveeeeee...

RENATA CORDEIRO disse...

Gostei muito do seu texto, Simão, você literalmente avacalha a vã tolice humana.
Meu amigo, é vc meu amigo? Vá lá. Estou realmente com saudades de você e muito só. Acabou-se o tempo de papai e mamãe aqui em casa, quando a filhinha precisava.
Se tiver um tempinho, e se quiser, vá ao meu Blog.
Um beijo,
Renata Cordeiro

Vivian disse...

...viajei no seu texto, e é uma realidade gritante...cheguei aqui pelos caminhos de outros blogs, e amei tudo que vi...parabéns! abraços.

Deusa Odoyá disse...

Olá meu novo amigo.
Passei para conhecer seu blog e adorei as imagens tão belas .
As amizades sempre devemos preservar, mas só se forem as verdadeiras.

Beijos da nova amiga.

Regina Coeli.

Te aguardo no meu cantinho.

MARTHA THORMAN VON MADERS disse...

Há..seus belos textos.Quisera possuir um manto de magia,
Tanto valor tem emoções de vir aqui
Que por manto real talvez não o trocaria.
Caro professor, postei sobre madame de Pompadour, apareça.
Um grande abraço.

Vanuza Pantaleão disse...

Querido Simão!
Sempre que venho aqui fico catando filigranas preciosas do teu pensamento...És um cinéfilo muito legal, hein? Já vi ali "Lua de Fel" de Polanski, incrrível, né? "Olhai os Lírios dos Campos", parábola do Suave Nazareno e livro enternecedor de Érico Veríssimo...Quanta coisa teria a dizer...Foi curtinha a história de Marianne? Mas "os bons perfumes estão contidos nos pequeninos frascos". Faço apenas uma referência sentimental, o resto fica por conta de vocês, risossss...Veja a Marianne, por favor, ela é...UMA ATRIZ!!!
Domingo sob tuas árvores!!!Bjs