Lago Verde - Alter do Chão - Santarém-PA (foto de Ronaldo Ferreira)
Lembranças naturais
Foram-se os meus pertences espalhados nos teus braços. Vão longe de mim as alegrias e as amarguras desse tempo de lis. Então, restaram-me os teus desalentos e os teus desencantos, e os gritos roucos das supostas realidades.
Em ti, o dia já é noite, e nessa visão cretina escurecida em sucessivas noites, estranha ilusão mirante da enfadonha certeza de teres um dia nascido ícone e sozinha de mim, ainda não me assegura.
Hoje, vejo-te desidratada, transformada e seca e senão de ‘engelhadas tetas’ em tristes véus dos pensamentos. E passarão às vias – patética passageira – as ilustres horas frias - poentes em fins de tardes - das longas noites de ninguém.
Passarão meninos e meninas e todos os passarinhos também passarão por alegres estradas. Ficarão no céu sobre os tetos dos arranha-céus as nuvens, caras de todos nós. As aves grandes renitentes tomarão os teus abraços a saciarem-se da sede e da fome rotineira in natura dos caules das árvores, brotos verdes, e do nada mais. - Foste o fim, - eu fui o começo, gênesis deste absurdo cenário palco – estágio noturno e natural das tuas lembranças.
Nada mais supões de mim tanta certeza. Assim, estreitos laços caminham alheios, - eu caminho aos despeitos arredores dos rios, dos campos verdes às cinzas poluídas dos a fins acasos das outrora manhãs.
Mas se na juventude foste o meu desejo, a tenra idade da paixão, aquecemos-nos ao mundo à incoerência, à rotina ancestral dos tempos contínuos, antes de tudo e do fim da realidade real, ‘o lado de fora do sonho’ - ainda somos nós.
Foram-se os meus pertences espalhados nos teus braços. Vão longe de mim as alegrias e as amarguras desse tempo de lis. Então, restaram-me os teus desalentos e os teus desencantos, e os gritos roucos das supostas realidades.
Em ti, o dia já é noite, e nessa visão cretina escurecida em sucessivas noites, estranha ilusão mirante da enfadonha certeza de teres um dia nascido ícone e sozinha de mim, ainda não me assegura.
Hoje, vejo-te desidratada, transformada e seca e senão de ‘engelhadas tetas’ em tristes véus dos pensamentos. E passarão às vias – patética passageira – as ilustres horas frias - poentes em fins de tardes - das longas noites de ninguém.
Passarão meninos e meninas e todos os passarinhos também passarão por alegres estradas. Ficarão no céu sobre os tetos dos arranha-céus as nuvens, caras de todos nós. As aves grandes renitentes tomarão os teus abraços a saciarem-se da sede e da fome rotineira in natura dos caules das árvores, brotos verdes, e do nada mais. - Foste o fim, - eu fui o começo, gênesis deste absurdo cenário palco – estágio noturno e natural das tuas lembranças.
Nada mais supões de mim tanta certeza. Assim, estreitos laços caminham alheios, - eu caminho aos despeitos arredores dos rios, dos campos verdes às cinzas poluídas dos a fins acasos das outrora manhãs.
Mas se na juventude foste o meu desejo, a tenra idade da paixão, aquecemos-nos ao mundo à incoerência, à rotina ancestral dos tempos contínuos, antes de tudo e do fim da realidade real, ‘o lado de fora do sonho’ - ainda somos nós.
Homenagem a Sandra - querida irmã - março 2009
Um comentário:
Meu caro amigo Simão,é uma pena que versos tão belos e profundos tenham sido inspirados em circunstâncias tão lamentáveis. O ciclo da vida é cruel às vezes, será sempre um eterno mistério o que determina os acontecimentos, os fatos, o começo e o fim de nossas vidas, mas de uma coisa tenho certeza, de alguma forma seremos recompensados pelas nossas boas ações. Mas a vida continua e sigamos em frente. Um forte abraço!
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