Foto: São Paulo - out 2009
AVDI VIDE TACE - SI VIS VIVERE IN PACE
Você não me incomoda. Tu não me incomodas.
Eu sei. Eu digo: - eu sei.
Mas eu tenho outras esperanças - diferentes enganos.
– Você sabia? - Tu sabias?
Escorei-me neste divã rude e cheio de dores. Em ti, em você,
criei desculpas às acomodações, às perdidas expectativas,
Fomentei-as ao divino verbo, e agora minto para mim.
Sem nos conhecermos, ouvimo-nos e sentimo-nos à hora exata
a mesma dor. Calamo-nos, então.
Pois a todos nós não nos falta o incomodo da postura realista
da vida incomum do que não somos nada. Nunca fomos!
Você sabia. Tu sabias.
Outro dia, desses malgrados dias cujas notícias são sorrisos perdidos,
a indiferentes interesses, bateram-me às costas: - Olá, como vai!
Como vão os anos vividos? - me indagaram. – Eu disse também olá!
Mas dos anos vividos eu não sei nada. Não os vi.
Mas por que eu deveria saber do paradeiro desses anos curiosamente?
- Porque eu não sei, parei ao silêncio. - Respondi somente dos anos
que eu sabia, sem mais compreender a árvore muda à qual cheguei.
Se pouco fruto deu a minha escolha rara desse sonho, um fruto doce
realizou. Você já o viu, você já o sentiu à felicidade do frescor dos
meus anos amanhecidos.
Então, não me veja assim ao acaso nessa jornada de argumentos tortos,
pois a construí com o legado do trabalho livre e disperso. Contudo,
cheguei aqui nesta Corte da meia-idade lúcido, juntei-me aos
outros vencedores, idealizadores de fortunas, para comemorar um feito
ao doce, ao vinho do meu sangue.
No dia dos meus aniversários, convidados e não convidados riem sozinhos
por contentamento, presumo. Não há discórdia nem falam alto, comem e
bebem minha lágrima em gotas d’ água in salada verde, tons amarelados.
Parecem-me divertidos, somam-se a outros discursos do que foram,
do que são e provavelmente do que serão amanhã,
às segundas-feiras.
Pois, assim, quem vem quem veio ao meu aniversário já viu, ouviu,
vê agora de tudo colorido, e sente à noite deste novembro cálidos
prenúncios do bom tempo.
Se frio o céu escuro de quem deixou longe as esperanças,
contínua e complacente as águas dessas fontes transparentes,
cachoeiras originais sem serem diferentes. Pois, então, fiquemos
assim desse jeito atento a olhar sobre os ombros o infinito,
sem nos darmos conta - neste dia – do pouco ainda que realizamos,
porque a distância diante dos olhos que se reparam é a história afinal
de cada um de nós - vale visto do cimo da montanha.
Sejamos por todos reunidos e felizes ao encontro casual à ordem merecida,
de modo, a saber, dos anos ditos fios d’ouro branco, amanhecidos outonos
de primavera tropical. Aos ares, as nuvens e as conversas,
os sem-fins discursos orgulhosos se produzem ao promissor porvir.
Cesse os argumentos por que fomos iguais, por que queríamos
ser diferentes, por querer ser coisa alguma do que não fomos,
por que sejamos ídolos de nós por que pensamos amar por inteiro
os nossos filhos, os nossos verdes outros pais.
Você não me incomoda, tu não me incomodas. Assim, como um sonho,
vêm-me às lembranças os teus martírios, os teus desejos.
- Somos o sumo do que fomos, presumidos!
Você sabia – Tu sabias.
In Verdades -15 nov 2009
12 comentários:
Il. irmão, é muito bom dizer o contrário do título, para mim esse poema tem muitos versos, são "as cachoeiras transparentes" na sua bela festa, original. Muito obrigado, meu amigo.
bjs.
Caríssimo amigo,
Sua Festa estava maravilhoooooosa, seu pessoal é muito unido, gostamos muito de tudo e de todos. Sua felicidade foi contagiante. Seu amigo Aldo e esposa são muito simpáticos, a Vitória é doidona, gostei dela. Parabéns Simão, você merece tudo o que há de mlhor nesta vida, você e sua Família! Que bom que você encontrou um porto seguro...
Abraços dos Amigos,
Edison e Cristina
Parabéns para você. Adorei as fotos.
abraço, Beth
Olá Simão, seu poema pode não ter versos, há quem diga? Porém, têm palavras livres de profunda sabedoria, introspecção de quem viu, ouviu e vê um horizonte sincero e respeitoso a quem chegou a "meia idade" lúcido e consciente. Parabéns, meu caro, pelas sábias palavras!
abrç. Irm.
Sinto-me honrado em fazer parte do rol dos amigos.
A reciprocidade é real, vida longa para todos nós.
ABRAÇOS WALTER
Caríssimo Ir.·., nós é que devemos agradecer a Vc e ao Criador por podermos fazer parte da tua vida.
Obrigado por me proporcionar um grande momento de prazer e sobretudo felicidade de compartilhar com Vc, tua família e amigos.
Grande e forte TFA.
Rui Martins
OBS: Obrigado pelo envio das fotos.
Grande Simão é você quem merece todos os louros de mais um ano! Como as raízes das árvores de lei você se solidifica cada vez mais nesta terra e nos abraça sempre como uma grande mangueira nos sobreando com as folhas do teu saber e mostrando os frutos da tua amizade!
Viva Simão, o Paraense!
Paulo Araujo
Lindo "Poema sem Versos"!
Estive à janela percebi que tudo que acontece na vida tem motivo momento destino. Viver é arte ofício. Só lhe são necessários cuidados pr´a perceber que olhar só para dentro é o maior desperdício o amor pode estar do lado. Encontrei amor amigo deste lado.
Tudo de Bom!
Beijo Intemporal
Renata
Olá Simão, suas palavras são balas certeiras, atinge no peito corações menos apercebidos, belas palavras, não pecisaria ser poema, porque é verdadeiro. Parabéns.
FELIZ NATAL E PRÓSPERO 2010!
UM GDE ABRAÇO, JE
PERFEITO! NADA MAIS A DIZER PROFESSOR.
OBRIGADA PROFESSOR, EU ESTAVA COM SAUDADES.NOSSA, QUANTO TEMPO...
BOM DEMAIS SABER DO SENHOR.TENHA UMA FELIZ SEMANA.
UM ABRAÇÃO.
Olá, querido Simão! Boa Páscoa!
*Recado
poema da Renata
eu mandei um recado
e nele estava escrito isto
não estou disponível nas praças
ou nas placas de sinalização
não estou na algazarra dos protestos
ou nos gritos de gente enlouquecida
e a bandeira que levanto ninguém olha
por isso não me acham, se procuram
ou esquecem ou ignoram
são tão broncos que adoram
a beleza que traz guerra
não enxergam que estou perto
vestido de branco, esperando
mas ninguém encontra fácil
um simples acordo de paz*
Muito obrigada por lembrar-se do meu aniversário.
Tudo de Bom sempre.
Beijos***********
Renata
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