domingo, 26 de outubro de 2008

Acalanto do improviso

Blogg do Planeta O meio ambiente que você faz
As belas imagen da Mata Atlântica - por Luciana Vicária
G1 globo.com 23/10/2008


Eu não tenho escrito nada de novo.
A mim, falta qualquer outro assunto.

Temas me vêm aos olhos a cada instante,
Desses dias mais secos, mas eu não os sinto,
Assim, sou mais aflito e indelicado.

Tu que passas por mim e segues o teu caminho,
Comigo te asseguras de que nada sei mais de ti.

Por que tirei o dia para passear, vaguear ao relento,
Das horas sem instantes, sem propostas nenhuma,
A não ter um lugar, para a ti chegar.

Sou um prato da carne fresca in bianco do teu vício,
Sou o teu cheiro pulverizador da arte questionadora,
Do veneno espalhado, detrito à sombra da evolução.

Sou das realidades o teu destino só os perfumados,
Futuros enfadonhos dos dizeres vagos de noturnos,
Poente em instância avulsa dos homens sem rivais.

Mas sei que de mim tiraste o sono e da inércia o meu
Propósito de cumprir a magia andante desse encanto,
Alheamento das folhas que caem nas tardes quentes,

Segue os meus olhos víbora serpente ao rastro hino,
Passos demente do outono vento – mas eu sei agora,
Sou instante também imortal.
In: verdades - out 2008

domingo, 12 de outubro de 2008

Crônica de ontem, de hoje e de amanhã!

imagem: uol.com.br
A14 - Folha de S. Paulo - 26 set 2004
“É fundamental para a Democracia que o PT saia enfraquecido”

Così così, da presunção profética do filósofo José Arthur Giannotti: — o poder crescente do PT precisa ser barrado e/ou subdividido para não “contaminar” a democracia. Mais um mandato de Marta na Prefeitura de São Paulo e, a cidade cairia num retrocesso histórico sem precedentes de tenebrosas primaveras sem flores. Entenda-se: o Brasil, de modo geral, não avançou nesse governo petista e, jamais avançaria, enquanto o poder estiver nas mãos de um partido único, no caso, o PT, “monopolizado”. Seria mesmo um partido único o PT, nesse estágio de relações com tantos partidos satélites, ora aprovando medidas ora emperrando decisões ora por interesses oligárquicos blefando as esperanças do cidadão, isso não faz parte do jogo democrático?

Entendamos, então, o filósofo: é fundamental para a Democracia que o PT saia enfraquecido (nas urnas municipais), quebrar esse quadro de poder vermelho pueril do PT, mais do que isso, a cidade de São Paulo­, condição sine qua non teria de ser governada pelo PSDB-PFL, por um governo-modelo fidelíssimo ao do FHC “moderno”, até porque o filósofo é amigo, a mais de 50 anos, de Fernando Henrique Cardoso e, de acordo com seus pensamentos, o rumo certo da metrópole e do Brasil, estariam fadados ao sucesso com a vitória do candidato José Serra a Prefeitura da capital, que faria antes uma pós-graduação com o professor FHC em “estratégica política moderna”, para administrar o grande município com sucesso, a maior cidade do país, em pouco espaço de tempo e, estariam resolvidos todos os problemas comuns ou sui generis. Claro! O tempo suficiente para que Serra saísse mais bem preparado para ser presidente já nas próximas eleições ao Planalto. Fica claro também que o PFL, filho ancestral da oligarquia tupiniquim, teria o seu quinhão garantido e “zipado” do estressado trabalhador brasileiro.

A crueldade imposta pelo discurso do pensador só não é mais daninha, porque é da cultura do brasileiro de formação mediana “achar” que a experiência, principalmente, de palpiteiros profissionais e de políticos pára-quedistas, beatificados pela mídia que apareceram nessa República, venda a alma da mãe, para conseguir o poder e manter seus interesses escusos traga quaisquer melhorias para o bem social comum da nação.

Ainda bem que muita gente “acha” assim. O Sr. Giannotti, 73, é amigo de FHC há 50 anos, se juntarmos com a idade do ex-presidente, lá se vai a metade da juventude republicana do Brasil e ainda, se contarmos com seus correligionários de antigamente honoris dominis, restauraríamos a tempo a SESMARIA, agora, muito mais burocratizada e dependente de alheios gados feudais dos mesmos poucos “coronéis”, então, maiores de 73 anos — vestígios genéticos ainda dos séculos do passado povo.

Diz-se do filósofo ser moderno e atuante, eu nunca li uma linha do senhor J. A. Giannotti nos jornais do dia a dia, mais vezes. Tão relevante deve ser o seu discurso acadêmico e conservador entre seus pares intelectuais, de professor para professor, nunca para gente do povo do Brasil.

73 anos de história social no Brasil e a Democracia que o filósofo defende está obsoleta e inoperante para o século XXI. Uma Democracia ao molde de Atenas draconiana, portanto, não serve para os brasileiros, haja vista a abolição de 1888. Visto que, ainda, grande parcela de miseráveis, analfabetos e semi-analfabetos funcionais em grande número seja superior a de Atenas de Dracon, mas ainda, à mercê de demagogos convictos do chamado neoliberalismo “moderno” cujo filósofo apregoa não participarem da riqueza absoluta dos velhos “senhores tribais do Brasil”.

No artigo do filósofo, não li sequer uma linha pró-cidadania, antes sobre a educação da maioria dos brasileiros, talvez, para os seus princípios e conceitos filosóficos a educação não sirva de base para nada ou, então, seja comprometedora e, que venha ainda ameaçar riquezas tão consolidadas e de poucas gerações privilegiadas deste rincão continental.

O problema maior dos coronéis à brasileira é a ala do PT que busca mudanças interessantes e dá asas ao povo à cidadania e, a outras siglas que tragam propostas e soluções mais populares, ou seja, qualquer outra, por que, então, que seja PSDB de seu grande amigo e de seus reacionários, latifundiários Brutus. Vale, por isso, o voto declarado do pensador brasileiro pró-Serra. — Eta país que não esquece seu vínculo Barroco e, ainda engatinha no pré-modernismo da “republiqueta” de Lima Barreto, BRUZUNGANDESES convictos e seculares!
In verdades - set 2004

domingo, 5 de outubro de 2008

PATER NOSTRO QUI ES IN CAELIS ...!

foto: globo.com - G1 - 30/09/2008
Nesta terra de Deus, tudo pode ser bom ou mal, imagina-se só o perfil de quem o faz julgar: Maravilha! audácia, arrojamento, tecnologia, sensibilidade e arte, às vezes, andam com os mesmos pés. A Viabilidade, vias de fato, somente os idealizadores provarão ser, pois, engenharia sem arte não é arquitetura, senão arquitetura sem engenharia nada mais é do que fantasia. Parabéns, vale sempre renovar! -simao
Sê tu Seja ele
Sejamos nós
Sede vós
Sejam eles


Hoje simao veio à igreja a campus,
Não feito um irmão de um ninguém,
Nem tanto santo nem tanto pecador,
Nem fez oração, diz-se à Anglicana.

Veio e viu as mobílias da sala-amplo salão.
Todas de madeira escura dura de lei trabalhada.
Viu vitrais e portais importados da Roma católica,
Imagens de barro ou porcelana não as viu cansadas.

Disse de um Altar, sob um grande vitral coloridos e flores,
De perfis de Cristo rodeados de querubins doces, angelical.
Quatro vasos grandes de flores pequeninas brancas, lírios leite.

Cale-se um confessionário, um piano à esquerda dava um tom de
Música gospel, um homem de barba grisalha cantava e uma moça
De poucos perfis, pequena, escondia-se, pois, em tons dueto baixo.

Ah, disse haver uma águia trabalhada em bronze, talvez, num pedestal,
Asas abertas, arrogância dos poderios dos homens que se representam.
Disse também do símbolo da sorte na homilia da benevolência era cristã.

O padre juntou-se a um pedestal de mármore feito uma pia de lavagem em
Água morna – disse: presente oriundo da Irlanda homenagem a cento tantos
Anos de existência no Brasil - chamou a presença de alguns pais e padrinhos
As crianças, outros eram adultos com filhos ainda pagãos recebiam o legado.

Cristão, cristãos – senhor Jesus, conserva teus filhos, homens de Deus Pater!

Fotografias, flashes, câmeras e celulares, e uma tela no alto orientava os filhos,
Novos cristãos, os convidados a seguir o caminho do shopping, ele também foi,
Seguiu os abençoados, deu-se às mesas cobertas de orações e tantas versões,

Palavras do Senhor, mas ele nunca me disse que Jesus escrevera cos’ alguma.

Ou sentira tanta dor a custa irrisória do amor à venda no mercado a ver-o-peso.
Viu-se depois no jardim cercado de passarinhos, bem-te-vis cantavam e sabiás,
Na grama verde sob a copa d’ árvore grande, catavam grão a grão a esperança.
In verdades - outubro 2008