domingo, 2 de novembro de 2008

TERRA DO SOL - DO FOGO - DE NINGUÉM ?

Mapa indica a localização da Flora do Bom Futuro

poucas árvores de grande porte permanecem em pé dentro da unidade de conservação.

(Foto: ICMbio / Divulgação)

Ameaças impedem o combate aos incêndios na mata.

(foto: ICM / Divulgação)
G1 globo.com - 02/11/2008

Na Floresta Nacional de Bom Futuro, em Rondônia, as grandes árvores já quase não existem. Em uma das áreas protegidas mais problemáticas do Brasil, a ocupação ilegal, as queimadas e a retirada clandestina de madeira já consumiram pelo menos 25% do território, e levaram embora grande parte do potencial econômico que poderia ser explorado de forma sustentável.

O último relatório sobre o desmatamento da Amazônia divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indica que, apenas no mês de setembro, 11,9 quilômetros quadrados de mata foram degradadas na Bom Futuro.

Semana passada, o boletim de alerta do Prevfogo – órgão que monitora as queimadas dentro dos parques e reservas nacionais – indicava alerta vermelho na região, apontando que havia confirmação de incêndio na mata. Abaixo do alerta, uma informação deixava claro que a situação fugia do controle: “a unidade não possui estrutura e há invasões no interior da floresta nacional que oferecem risco de morte à equipe da UC [unidade de conservação]”.

Hoje, a floresta conta com quatro servidores, que trabalham em um escritório em Rondônia, para cuidar de uma área de 2,8 mil quilômetros quadrados – área equivalente a duas vezes o município do Rio de Janeiro. No interior da área protegida, vivem pelo menos 1.500 pessoas, além de dezenas de milhares de cabeças de gado. Como a ocupação é ilegal, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), responsável pela manutenção do local, não consegue obter números precisos.

Segundo a analista ambiental Cristine Suemasu, umas das pessoas responsáveis pela floresta, a equipe consegue visitar o local apenas duas ou três vezes por mês. “Na última vez em que fui para lá, fomos com um carro descaracterizado, para não termos problemas”, relata.
Não bastassem as queimadas e a ocupação irregular, a floresta, criada em 1988, ainda tem outro problema: cerca de 350 km² de sua área estão sobrepostos à terra indígena de Karitiana. De acordo com Suemasu, o que poderia ser motivo de conflitos acaba se transformando em solução, no caso da Bom Futuro. “Para a gente, é uma forma de resguardar essa área. Os locais mais protegidos são os vizinhos às terras indígenas. Invasores têm receio de entrar no local”, revela.
Saídas complicadas
Acabar com os problemas da Bom Futuro não é tarefa das mais simples. Dentro da área que deveria ser protegida já há duas vilas, escolas, igreja e até um posto de gasolina. Uma linha de ônibus, ligando a cidade de Buritis a Porto Velho, também já transita nas estradas abertas irregularmente na floresta, segundo a analista ambiental.

Uma das formas encontradas pelo Ministério do Meio Ambiente para proteger florestas nacionais é realizar uma licitação e concedê-las para a exploração madeireira por meio de manejo sustentável. Na Bom Futuro, essa não é uma boa alternativa, já que as árvores mais valiosas já foram quase todas cortadas.

No início de outubro, o Ibama anunciou que faria uma operação na região, instalando portarias de acesso nos quatro principais acessos do local, e monitorando o fluxo de entrada e saída de moradores e mercadorias por meio de um banco de dados conectado à internet. Prevista para o final de outubro, a operação ainda não aconteceu.
Enquanto a situação permanece sem controle, os quatro servidores do ICMBio responsáveis pela área ficam de mãos atadas. “Hoje, estamos elaborando uma forma de fazer o plano de manejo. Trabalhamos mais no planejamento, mas não conseguimos colocar muita coisa em prática”, lamenta Suemasu.
in totum -02/11/2008

4 comentários:

Vivian disse...

...é muito triste saber que as
pessoas destroem o planeta
em que precisam viver.

este pra mim,
é o maior sinal da pobreza
espiritual que campeia
entre nós.


bjus

ÁRVORES DO SIMAO disse...

Meu bom Deus da Floresta, faz muito tempo que o planeta grita por socorro, os rios, os mares, a fauna e a flora, os lixões das cidades, os esgotos. As florestas eram os pulmões saudáveis da humanidade, hoje já estão parcialmente comprometidos, e porque não dizer contaminados da podridão e da ganância dos homens, talvez, até dos mesmos homens que defendem a natureza, em discurso capitalista irresponsáveis, em vão. A Floresta Amazônica é exemplo vivo da destruição maçante de todo dia. A arma eficaz em defesa do Universo somente é a conscientização das pessoas, quanto maior for o número de pessoas, politicamente bem informadas, mais esperanças teremos de acreditar na continuação da vida contínua na terra. Pois, se não for por castigo de Deus que nos falte a floresta, que nos falte os rios, os ares, as árvores, sejamos nós persistentes nas curas desses males dos homens que mazela a vida do Homem.

simao

Anônimo disse...

Caro Simão, meu amigo, às vezes passo por aqui para ler os seus versos e suas crônicas, a fluência elegante dos versos na poesia, os "arranhões" discretos, com pitadas de ironia nas crônicas... gosto de ler você.

bjs.
Ana

MARTHA THORMAN VON MADERS disse...

Caro professor, esta vez você me pegou; cadê as nossas árvores?
cadê a seriedade? A honra?
Será que o mundo está perdendo a honra?
Se assim for ,realmente o mundo está no fim. Nós ,os homens matamos o mundo!
Tenha uma boa semana professor, e apareça, tenho postagem nova, espero que goste.
Um grande abraço