sexta-feira, 26 de agosto de 2011

meu e teu jardim

da minha sala (autor)
da minha sala (autor)
globo.com

vista da cidade pelo autor
idem

Vinde vós - agosto dos anos – ao meu jardim!

Não duvideis – meus irmãos – do agosto de deus

- Que virão nos encontrar.

Virão as águas – virão os rios – virão os mares

Nominados exóticos – esdrúxulos e sedentos

- Virão nos encontrar.

Virão muitos – virão nos encontrar em correntezas,

Em rios afogados, em raios fulminantes, em lamas,

Tempestade de pedras-pó-cinza virão nos soterrar.

Virão as árvores secas de ferro em jardim estéril, em

Folhas verdes-ferrugem - alguém vem te admirar.

Teus galhos, em ramos de brotos secos, em tortos

Patamares, intoxicados ares de fumaça cinza-escuro

Virão a nós respirar as complacentes dores de quem?

Se teus jardins delineados em delicados adornos nos

Enfeitar com flores as desidratadas dores do meu bem,

Grinaldas de ferro-aço-sucata também são naturais as

Flores silvestres-agosto descoradas do meu jardim.

Vinde horas do acaso em corredores tensos do hospital,

Em chapadões de asfalto aos gritos de latas à revoadas.

Vinde e calam os meus pesares se infinitos são desejos

Os vossos jardins.

In Janelas Abertas - 12 agosto 2011

Um comentário:

marcelo disse...

Simão, andei visitando o seu blog, legal. Vi também as fotografias da festa no círculo militar, eu conheço esse espaço, é muito legal. A sua festa estava bastante animada.

abraço.