As belas imagen da Mata Atlântica - por Luciana Vicária
G1 globo.com 23/10/2008
Eu não tenho escrito nada de novo.
A mim, falta qualquer outro assunto.
Temas me vêm aos olhos a cada instante,
Desses dias mais secos, mas eu não os sinto,
Assim, sou mais aflito e indelicado.
Tu que passas por mim e segues o teu caminho,
Comigo te asseguras de que nada sei mais de ti.
Por que tirei o dia para passear, vaguear ao relento,
Das horas sem instantes, sem propostas nenhuma,
A não ter um lugar, para a ti chegar.
Sou um prato da carne fresca in bianco do teu vício,
Sou o teu cheiro pulverizador da arte questionadora,
Do veneno espalhado, detrito à sombra da evolução.
Sou das realidades o teu destino só os perfumados,
Futuros enfadonhos dos dizeres vagos de noturnos,
Poente em instância avulsa dos homens sem rivais.
Mas sei que de mim tiraste o sono e da inércia o meu
Propósito de cumprir a magia andante desse encanto,
Alheamento das folhas que caem nas tardes quentes,
Segue os meus olhos víbora serpente ao rastro hino,
Passos demente do outono vento – mas eu sei agora,
Sou instante também imortal.
In: verdades - out 2008
A mim, falta qualquer outro assunto.
Temas me vêm aos olhos a cada instante,
Desses dias mais secos, mas eu não os sinto,
Assim, sou mais aflito e indelicado.
Tu que passas por mim e segues o teu caminho,
Comigo te asseguras de que nada sei mais de ti.
Por que tirei o dia para passear, vaguear ao relento,
Das horas sem instantes, sem propostas nenhuma,
A não ter um lugar, para a ti chegar.
Sou um prato da carne fresca in bianco do teu vício,
Sou o teu cheiro pulverizador da arte questionadora,
Do veneno espalhado, detrito à sombra da evolução.
Sou das realidades o teu destino só os perfumados,
Futuros enfadonhos dos dizeres vagos de noturnos,
Poente em instância avulsa dos homens sem rivais.
Mas sei que de mim tiraste o sono e da inércia o meu
Propósito de cumprir a magia andante desse encanto,
Alheamento das folhas que caem nas tardes quentes,
Segue os meus olhos víbora serpente ao rastro hino,
Passos demente do outono vento – mas eu sei agora,
Sou instante também imortal.
In: verdades - out 2008
5 comentários:
...que desencontro gritante
entre imagens e palavras!!
as primeiras, encantadoras.
as palavras, realistas demais.
de qqr forma, é a vida
como ela é..
bjus, poeta!
Falta-lhe qualquer coisa que eu não saiba mas assunto não, com um belo poema assim!! Abraço
Caro Simão, para o poeta não há tempo certo, todos são incertos, acho que as palavras dos poetas não tem direção e estão em todos os lugares...só imagino se você de verdade não tivesse assunto; o caos do mundo seria surdo e mudo. Achei muito interessante essa poesia! Abraço
Ei, meu amigo! se vc diz que não tem tema nenhum para escrever, fico também tranquila, porque sei que a sua poética vem mesmo lá do fundo da alma de poeta, "víbora serpente ao rastro hino ... de ser imortal." bonita poesia, meu querido amigo!!
bjs.
Ana
Bela poesia! Nunca vi ninguém expressar tão bem sua falta de assunto! Espero um dia "não escrever nada de novo" com tanto sentimento quanto vi nessas palavras!
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