De onde vêm estas águas tantas
Estas nuvens tão carregadas
Escuras e aborrecidas
Porque não há mares por aqui tão perto
Nem os rios grandes da minha infância
Lembranças
Por aqui há rios pequeninos
E maiores são mais distantes
Ou são rotas estreitas onde
Navegam restos orgânicos de vidas
Rotas e esgoto poluído
Restos de gente
Assim tão triste e de repente
Por aqui não haveria de chover tanto
Ah, Belo Horizonte!
Pode ser que esta chuva
Sejam lágrimas saudosas
(dos teus olhos, menina!)
Que mandaste daí
Prêmio oportuno a minha angústia
Pode ser o teu castigo a minha desventura
Pode ser o fado-consciência
O teu olhar cismado
O vento que sopra
Frio!
As luzes mercúrio ou néon
Os hotéis têm mais estrelas
A lua grita em mares negros!
É cheia quando aparece
É negro o céu que me envaidece
Sinto frio e saudades
Não há preces por aqui
Cânticos são trovões distantes
E este hino a todo instante
Que não cansa!
Não pára
É muito o desencanto
O teu calor — Belo Horizonte
O meu engano!
Estas nuvens tão carregadas
Escuras e aborrecidas
Porque não há mares por aqui tão perto
Nem os rios grandes da minha infância
Lembranças
Por aqui há rios pequeninos
E maiores são mais distantes
Ou são rotas estreitas onde
Navegam restos orgânicos de vidas
Rotas e esgoto poluído
Restos de gente
Assim tão triste e de repente
Por aqui não haveria de chover tanto
Ah, Belo Horizonte!
Pode ser que esta chuva
Sejam lágrimas saudosas
(dos teus olhos, menina!)
Que mandaste daí
Prêmio oportuno a minha angústia
Pode ser o teu castigo a minha desventura
Pode ser o fado-consciência
O teu olhar cismado
O vento que sopra
Frio!
As luzes mercúrio ou néon
Os hotéis têm mais estrelas
A lua grita em mares negros!
É cheia quando aparece
É negro o céu que me envaidece
Sinto frio e saudades
Não há preces por aqui
Cânticos são trovões distantes
E este hino a todo instante
Que não cansa!
Não pára
É muito o desencanto
O teu calor — Belo Horizonte
O meu engano!
In Janelas abertas - 1ª ed. nov 2007
5 comentários:
Olá, Simão, belas postagens! mas ainda se não houvesse de fato tanta dor, Belo Horizonte, depois das chuvas pesadas, tem lá seus córregos mais limpos, faz parte dessa doidice a poluição, a chuva, a dor dos homens, a redenção com das águas e o Sol, a bênção do mineiros.
gde. abraço,
Ciao, Simao, ho trovato un tuo commento sul mio blog che non guardavo da due anni e che da poco ho ripreso a scrivere! Grazie, io purtroppo non conosco il portoghese, complimenti per il tuo italiano...a presto
Passei por aqui, caro amigo Simão. Quando citar a minha Belo Horizonte, cite também as suas colinas, a sua gente pacata, o talento mineiro, a vocação artística da BH, palco de gdes emoções. Foi uma pena "você" não ter aproveitado ares mais amenos.
BH é o que HÁ não só para desegano.
Mesmo assim, bela poesia. Parabéns!
abr. mineirinho
Simão!!!
uma pergunta! "Conheces Belo Horizonte?"
Alí, naquela cidade de somente um pouco mais de cem anos, existem lugares ainda de bons ares, muito bom ares, infelizmente a parte central de lá, é como cá!!!!, poluição, prédios, e aquilo tudo que vc conhece, mas aos periféricos é muito bonito!!!!
Um forte abraço (desculpe minha crítica)!
Danilo
Simão!!!!
Tudo bem??
Muito, muito lindo aquele escrito "Choveu num instante-90", é deveras emocionante!!
Não sei se você me permite, mas tirei cópia daquele texto e o enviei para o pessoal de BH, e me responderam!!!
Fiquei feliz com as respostas, e te digo que, como eu, eles também apreciaram e te agradecem por isso!!!
Etou melhorando, tive uma certa baixa na quantidade de plaquetas devido ao nervoso passado, mas estou quase em forma.
Um abraço a todos, e logo estarei de volta!!!
Danilo.
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