Fotografia: Lua - de fev 2008
Foi numa noite quente de verão, às horas duras, eu não dormia. Não sei se via escuro céu ou se via somente antros distantes dos céus mais antigos. O grito das águas vinha e batia e rompia nas areias de sal, penumbras dores. Teus olhos cansados na vigília longa das marés distanciavam-se das estrelas num tempo sem norte. Na canção das ondas da maresia e na brisa morna das dores e das lágrimas, sofrias do silêncio insólito do teu sono imperfeito.
Deu-se a madrugada, homens sem faces sem luzes, tedioso horizonte, do escuro palco ressonando vinha o canto da sereia, tristes melodias, músicas repetidas das marés e das maresias, às festas, risos nas areias não se ouvia, da imensidão do céu - misterioso manto! Estrela cadente sumia em nada sem dores, sem cores. Absurda visão tão perto dos teus olhos, sem distância.
Havia uma luz intensa - olhos do infinito. Holofote do céu brilhava tão próximo do dia e amanhecia o riso das crianças. Andei no corredor indaguei do teu irmão, Disse-me quem era alta a estrela Guia. Imaginei pudesse ser meus sonhos infantis de um tempo glorioso nas trevas esquecidas. Muita gente tem das noites mal dormidas insônias vazias e não há janelas de verão contente que lhes traga de volta o sono profundo.
Ouvia-se do relógio tic tac das paredes brancas do teu quarto, suspiros, inquietudes e tapas assustados fechavam-se em sangue cortantes insetos agoureiros noturnos. Não havia imagem santa a desvendar misterioso encanto, nem imaginava quais sonhos teus a conjugar com os meus infortúnios aos ritmos dos oceanos. Só à noite à espreita em parapeito de ouvidos da varanda do hotel ficaste.
E foram assim todas as horas, eu não dormia e os cânticos dos templos negros, sôbolo rio aos mitos lusitanos, clareava-se o dia. Menino de tão distante, fui a ti, vi o tempo à espera de ti, corrias, corrias, mas ainda te abracei.
Deu-se a madrugada, homens sem faces sem luzes, tedioso horizonte, do escuro palco ressonando vinha o canto da sereia, tristes melodias, músicas repetidas das marés e das maresias, às festas, risos nas areias não se ouvia, da imensidão do céu - misterioso manto! Estrela cadente sumia em nada sem dores, sem cores. Absurda visão tão perto dos teus olhos, sem distância.
Havia uma luz intensa - olhos do infinito. Holofote do céu brilhava tão próximo do dia e amanhecia o riso das crianças. Andei no corredor indaguei do teu irmão, Disse-me quem era alta a estrela Guia. Imaginei pudesse ser meus sonhos infantis de um tempo glorioso nas trevas esquecidas. Muita gente tem das noites mal dormidas insônias vazias e não há janelas de verão contente que lhes traga de volta o sono profundo.
Ouvia-se do relógio tic tac das paredes brancas do teu quarto, suspiros, inquietudes e tapas assustados fechavam-se em sangue cortantes insetos agoureiros noturnos. Não havia imagem santa a desvendar misterioso encanto, nem imaginava quais sonhos teus a conjugar com os meus infortúnios aos ritmos dos oceanos. Só à noite à espreita em parapeito de ouvidos da varanda do hotel ficaste.
E foram assim todas as horas, eu não dormia e os cânticos dos templos negros, sôbolo rio aos mitos lusitanos, clareava-se o dia. Menino de tão distante, fui a ti, vi o tempo à espera de ti, corrias, corrias, mas ainda te abracei.
In Verdades - as férias - 2006
2 comentários:
Lirismo puro, céu brilhando, os templos negros, mal dormidas noites, a noite à espreita....
letras de quem sente, e sente muito, de quem observa e vê nas pequenas coisas o infinito...Parabéns, amigo.
Olá, simão! poeta, dos tempos e das coisas, me perdoe por quer sempre repetir as suas frases, te plagiar, pois esses versos me calam: sôbolo rio aos mitos lusitanos / Menino de tão distante,/ fui a ti,/ vi o tempo à espera de ti,/ corrias,/ corrias, mas ainda te abracei.
Caro amigo
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