Mafra/Portugal
Se tu pensas que os meus hábitos, costumes, manias e minhas atitudes são apenas essas vezes que te vi passar! – Não. - Não são iguais todas as manhãs. Outras vezes vem de longe toda a dor. Outras vezes nem foi tu quem eu vi passar. Mas vi lembranças esquecidas tuas: é igual caminho o teu desatino. O mesmo mar ao teu porto mais seguro, o mesmo rio-menino ao trapiche tropical à fronteira do ganha pão. O mesmo auto de correr asfaltos em avenidas de comboios lotados de aflições.
Não. Não! Não a ti confesso mais nada, pois, não são todos os meus dias tão iguais. Hoje, fosse assim, porque calha ao tempo o teu destino, vi almas vivas passar rente aos meus caminhos. Desviei-me aqui, vinhas d’acolá, contei todos os teus passos, indiferentes me seguias.
Sejam essas as versões ocultas repetitivas das amostras das rimas das estradas longas, vias de pedras vêem-se empoeiradas de fuligem, marcas sujas dos teus pés no asfalto, mármore das civilizações modernas desconte. Vêem-se nessa densa maioria homens mulheres crianças, moribundos sujos de gatos de cães, pedintes capengando-se às janelas de espelhos de automóvel, muletas ridículas à bênção do pão suado de todo dia.
No ritmo das horas, marcando e preocupado com tempo, desci e subi as escadas, patamares rolantes em galerias, em tropeços a transeuntes apressados, homens mascarados lisos, vivas almas apressadas e cegas que não me conheciam passavam em trens aos gritos roucos, vão-se e vêm-se nas escadas dos destinos que não param. Subo ao céu, o teto é escuro, a Praça grande da Sé apertada a empurrões de braços nus e de pouca luz, está vazia.
Não. Não! Não a ti confesso mais nada, pois, não são todos os meus dias tão iguais. Hoje, fosse assim, porque calha ao tempo o teu destino, vi almas vivas passar rente aos meus caminhos. Desviei-me aqui, vinhas d’acolá, contei todos os teus passos, indiferentes me seguias.
Sejam essas as versões ocultas repetitivas das amostras das rimas das estradas longas, vias de pedras vêem-se empoeiradas de fuligem, marcas sujas dos teus pés no asfalto, mármore das civilizações modernas desconte. Vêem-se nessa densa maioria homens mulheres crianças, moribundos sujos de gatos de cães, pedintes capengando-se às janelas de espelhos de automóvel, muletas ridículas à bênção do pão suado de todo dia.
No ritmo das horas, marcando e preocupado com tempo, desci e subi as escadas, patamares rolantes em galerias, em tropeços a transeuntes apressados, homens mascarados lisos, vivas almas apressadas e cegas que não me conheciam passavam em trens aos gritos roucos, vão-se e vêm-se nas escadas dos destinos que não param. Subo ao céu, o teto é escuro, a Praça grande da Sé apertada a empurrões de braços nus e de pouca luz, está vazia.
In Verdades - março 2008
3 comentários:
Olá querido Simão
É impossível não te admirar cada vez que passas aqui...A cada texto lido a certeza de que
pessoas sensíveis são especiais. Possuem uma aptidão diferente da maioria: conseguem sentir todos os matizes e todas as variações de cores e afetos, enquanto que a maioria apenas distingue o preto do branco.
Há tanto de ti em cada texto que quase posso vê-lo poeta..
Bom fim de semana!!
Abraços
Rossana
querido_________Simão
.obrigada.de.coração________________pelo meu quadro exposto aqui.no.teu_____
______"espaço"_______
.o.texto.é______excelente!
____Por caminhos nos leva______as tuas palavras
.a.escrita.das.entrelinhas_________reflexões que não se podem perder
beijO c/ carinhO
Olá, simão, vc sempre com grande inspiração e sensibilidade me supera... estou a te ler sempre que passo por aqui e com prazer encontar poesias que como os pássaros voam sem medidas a tão altas planíces do talento que tens.
gostei muito.
bjs.
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