segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Poema da Esperança

Amanhã será o dia da esperança
Todas as culpas serão vinculadas
Às energias do bom senso
Mas só amanhã acabará o infortúnio
A vida renascerá a cada gesto natural
A cada instante à luz do sol
A cada piscar d’olhos teu

Amanhã já começou
O bom senso a tua palavra
Que se renova a todo amanhecer
A vida essa que nasce sem nos ver
Brota o teu sorriso rumo às coisas do universo
Amanhã é hoje que reluz nos cantos da terra escura
Que define a forma mais constante

Somos testemunhas oculares dos nossos desejos
Testemunhas cúmplices da nossa completude
Nesta história somos filhos amigos
À virtualidade de Deus
Somos a esperança eterna em Jesus
E sobre nossa culpa

Amém!

In Janelas abertas - 1ª ed. nov 2007

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Credos em Iguarias

Eu não me canso de Te ver, Divina Luz!
À noite quando o sol se põe à linha do horizonte,
Vêm os teus olhos e logo amanhece – és Tu luz radiante.
Nunca anoitece em cerimônias longas tristes e entoadas,
Serenas são as manhãs douradas em sóis errantes,
Metamorfose mutante inquieta do Teu Universo!

Verdades sejam ditas enquanto mentiras matinais
Proliferam-se em jornais e vídeos absolutamente.
Então, Deus morreu! Mentiras existem,
Confirmam as profecias nervosas de tolos rivais.
Evangélicos, ateus, bruxos e muçulmanos,
Sepultam a cruz, e em noite cristã obscura,
Encerra em cântico misericordioso Jesus.

Oh Senhor das verdades mentirosas,
Das ciências modernas que não Te oculta,
Dos ventos e das marés turbulentas,
Que adormecem latentes em sono temporais
Do Teu Santo Nome e em vão, misericórdia!
Mostrai-vos outros caminhos menos calejados
A glória do céu aos homens convenientes!

Meia-noite, nas águas escassas das fontes o galo canta,
E desperta a criancinha em pisadas sorrateiras de Noel.
Em missas, os cânticos e glória a Deus e nas alturas,
Soa gritos a Catedral sem o credo dos homens desiguais
Em ódio profano e profético blasfemam à inexistência Deus
Único - Natal judeu – Natal muçulmano – Natal evangélico,
Bendito Natal dos cristãos, algozes da Tua FÉ!
In Verdades - 25 dez 2007

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Miragem distante

Alguém me olhava e não me via
Tornei-me transparente
Um vulto sem espanto
Miragem distante
Sorrias

Era assim todos os dias
Uma onda impetuosa e vai e vem de almas
Em passos lentos em passos tortos me divertiam
Ao sol a existência amarga renascia
Em nuances de luz escurecida

Vida irmã da noite um ciclo só
Completa grita grita à sombra e a tarde chora
Olha! Ouve o trem cantando a canção maldita das miragens tontas
Vede auto onnibus baforando em tempo seco de pragas impiedosas
Lágrimas suores lavam olhos irritados

Os meus e os teus são luzes irrequietas paralelas
Clarão infinito do sem fim dos cânticos hinos tristes
Em Ladainhas - laudate laudate laudate Dominus
Amem!
In Verdades - 17 out 2007

sábado, 22 de dezembro de 2007

Um salto do céu

Lá se vai um avião...
Onde será que vai cair?
Vai subindo que subindo
Ave grande de bico pro céu
Vai a rumo bater no chão.

Vi no céu onde começa e finda a dor,
Nas lágrimas do mundo via as saudades,
Via bater o coração, ouvia-o, gemia-o, então,
Sufocado as dores aos gritos,
Via subir o avião.

Ao clarão do céu vai ao sol,
À noite da terra, vai à lua,
Dormem crianças, na rua!
Gritam meus irmãos, os ventos.
Nem ao sopro brando torna à razão.

Espanta-te ao horror dos céus modernos.
Cala-te ao calor da agonia das aves migratórias.

Derrete-te à carne tenra dos vinténs de papel.
Calcina-te, a saudade morre à dor de teus vôos,
Onde não há ventos tristes há mais esperanças em vão.

Longe, lá vem um avião cansado, frio e triste.

Talvez, traga notícias do passado de hoje.
Traga do presente e do futuro de ontem também,
Traga a mim soberbo visionário, incauto e míope.
Lá vem a nave aos céus do sertão.

In Verdades - 14 agosto 2007

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Árvore de Natal

Caríssimo,
Deve haver uma árvore assim...
Em qualquer lugar assim...
Em um tempo assim cinzento...

À sombra, um homem feito cão assim...
Ao tempo, suado e sujo à espera do pão...

Assim cinzento ao alento e desatentos das pessoas,
Baforando névoas pelas ventas e fome e sede em língua queimada...
Assim, passaria por um reles perdido à espera do dono, alheio em moletons...
Porque assim haveria sempre olhos complacentes de rua, caminhos das manhãs,
Por detrás de lentes astutas e maliciosas e piedosamente...


A 1° Celsius um coração ávido batendo à atitude
Num tempo distante e vizinho de nós,
As horas que restaram das férias em casa Tua.


In Verdades -18 maio 2005

sábado, 15 de dezembro de 2007

Natal - outras verdades

Caríssimo, sob o céu de dezembro cai a chuva, às vezes grossa e
Às vezes fina chora em trânsito pesado grito de homens apressados...
Da estiagem vem um sol tímido brilhando entre nuvens e sombras escuras
As portas dos negócios piscam à sedução de crianças e mulheres e homens
Correm atrás da ilusão dos sonhos natalinos...

A Mídia grita promoção e chove em trânsito lento e vende-se em noite quente de verão
Bendita seja a tua vontade de comprar a utopia da amizade e as lágrimas de criança
Tornem os cantos livres de corais em Templos de quimeras e palacetes e palafitas imorais
Amanhã é hoje e depois Natal e quem sabe o galo na madrugada torne a Missa em ladainha
Et pace aos homens de boa vontade

Daqui a pouco é outra noite ou outras verdades tão ingênuas e calor humano champagne chora
É hora da tarde e a noite vem entre nuvens escuras desenhadas em visão nervosa
Mansos cordeirinhos sem prantos em pele rotas douradas às ceias fartam de mel ou fel
À mesa e frutas e frutos e música matam de carícias o teu desejo

Meia-noite! Fogos e gritos pipocam no céu e as estrelinhas em chuva de lágrimas caem
Em fé permanente a deuses latentes duradouros de mares distantes e marés dos rios perenes
Em várzeas longínquas ou em planícies vizinhas encantos e desencantos tropicais

Ouço, ouça o céu em pipocos e fumaça, gritam os homens, beijam-se os homens e abraços
Vem de longe uma música antiga e entoam cumprimentos e afetos de boas vindas

“Feliz Ano-Novo! Adeus Ano-Velho! Que tudo se realize no ano que vai nascer"


In Verdades, 2005 - simao

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Aniversário

Salvemos à cura a tristeza enquanto é noite dia a natureza
Andemos aos passarinhos das árvores gemedoras da cidade
Descemos à montanha rústica dos caminhos tortos em enduros
Mergulhemos ao mar de sal pesado em manhã de sol descolorida
Façamos do fruto à fartura dos mares em igarapés longínquos seguros

Vindo tu à branca suja areia
Deita-te ao sol à luz de infinitos olhos verdes das marés
Expõe-te a pele jovem e a olhos desejosos dos oceanos
Angústia e tortura de quem sonha a vida alheia alegre
E salvemos a misericórdia das agonias

Subamos ao planalto olhos luzes e girassóis cansados correm
Em marginais avenidas e alamedas aos arredores de fumaça
Tosse grita coração às mãos a diesel pegajosas matam
Disfarçam em aflições e as dores da criança dormem
Na noite que amanhece em filas de caracóis estressados

Lesmas tontas tomam formas mutantes em gritos de torturas
Outras vêm em bando aves em vôos desconcertantes e genuínos
Assim disfarçam as meretrizes em zonas arborizadas de ipês roxos
Manacás colorindo marginais em estradas enfeitadas de latas e metais
Sujos choram em sóis e lençóis da manhã em dias longos de novembro

Cinqüenta e seis novembros contínuos se passaram
Não fiquei em noite véspera de cantos e festas
Nem parti em busca de aventuras tortas em gritos
Destas não desci nem subi em nuvens manifestas
Fiquei aqui em Tua casa sobre Teus umbrais

Via a hora e esta é minha rival sereno tempo
E plácido é mestre e mostra e me atesta
O quanto já suportei das dores ácidas
De colonos nômades ciganos passageiros
Da morte sem dores a se virem cansados rivais
In Verdades - nov 2005

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Vinde Vós, Natalinos

Olhe apenas olhe essas águas que do céu
Caem em gotas duras perfurantes!
Esses mares que o azul tingiu vossos olhos
De verde lama horrenda e fria.

Olhe os rios transbordados e aos céus escuros
Nuvens e tormentos em prontidão vos espreitam!
Olhe as águas que caem em enxurradas sinuosas,
São prantos tristes e mutilados sem horizonte.

Olhe! Olhe os mares nos céus em mantos pesados
Brancos em rebanho de cordeirinhos à-toa!
Olhe aos mares céticos das marés contínuas,
Em gira-mundo, gira-mundo, tontos!
E o vento às folhas canta o prenúncio!
E vem dezembro e traz Natal à imagem bizarra manjedoura
Santa de Papai-Noel vendido em pão e vendido em carne
Ao sonho da fartura escassa dos meninos à toa!
Vinde o sonho pueril à idéia de Jesus!
Menino prodígio do Natal moderno sem tempo!
Vinde a mim, Ó Pai generoso às horas ingratas!

Venham a mim as criancinhas!
Venha a mim ao colo de Jesus
A dor ao peito clama e chora.
Vinde vós, Ó mãe generosa,
Vossos filhos ao infortúnio choram!
Vinde vós - Natalinos!
In Verdades - 2007, simao

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Ainda te darei o céu





Não porque seja infinitamente vazio
e eterno e frio o céu
é que teus olhos me pedem tanto
que só o céu e o sol
tão impiedosamente
desejados
eu te daria.

Ai que estou cheio de pensamentos bons!
Idéias absurdas

vícios e sentimentos simples
humano

diante dos teus olhos fulgura e queima
minha hipocrisia.
In Janelas abertas, 1ª ed. nov 2007, simao