sábado, 22 de dezembro de 2007

Um salto do céu

Lá se vai um avião...
Onde será que vai cair?
Vai subindo que subindo
Ave grande de bico pro céu
Vai a rumo bater no chão.

Vi no céu onde começa e finda a dor,
Nas lágrimas do mundo via as saudades,
Via bater o coração, ouvia-o, gemia-o, então,
Sufocado as dores aos gritos,
Via subir o avião.

Ao clarão do céu vai ao sol,
À noite da terra, vai à lua,
Dormem crianças, na rua!
Gritam meus irmãos, os ventos.
Nem ao sopro brando torna à razão.

Espanta-te ao horror dos céus modernos.
Cala-te ao calor da agonia das aves migratórias.

Derrete-te à carne tenra dos vinténs de papel.
Calcina-te, a saudade morre à dor de teus vôos,
Onde não há ventos tristes há mais esperanças em vão.

Longe, lá vem um avião cansado, frio e triste.

Talvez, traga notícias do passado de hoje.
Traga do presente e do futuro de ontem também,
Traga a mim soberbo visionário, incauto e míope.
Lá vem a nave aos céus do sertão.

In Verdades - 14 agosto 2007

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