quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

PAULICÉIA

Cidade grande
Aqui vive mundo inteiro
Aqui passam pedestres e cafajestes
Ligeiro passa metrô, avião e tensão
Aqui voam sonhos de riqueza fácil
Voam pardais, andorinhas e gaviões e
Voam pombos sujos e morcegos silvestres
À noite, voam moças bonitas
Travestis, gigolôs e camelôs
Pernoitam madrugadas meretrizes
Confundem-se indigentes
Rondas taciturnas e vômitos
Escarros e detritos fisiológicos
Gritos e gemidos e sussurros
Amanhece e manchetes nos jornais
E revistas universais
Olha o moleque-pivete!
Lê manchetes promessas!
Vê a Catedral celeste grita!
Olha a Sé — Santo! Ouve o sino!
Onde bate as esperanças
São Paulo não sonha e cresce
In Janelas abertas - 1ª ed. nov 2007

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