Não se iluda com estas sombras frescas na cidade, pois se estão avulsas e perdidas, eu ainda não sei. Corvos te olham à espreita do céu em nuvens escuras da tarde do verão e as andorinhas em vôos rasantes entre os fios elétricos desviam as asas dos galhos das árvores da praça do fórum da cidade, pombos alheios se agitam entre gentes marcadas e excluídas às margens sociais.
São aves sujas em bando rolando no chão cuspido, defecado, odores de urina, esperam as águas das nascentes, rios em galerias das marés pluviais, para o frescor da tarde de janeiro. Nato morto visto com olhos indiferentes, catam migalhas e farelos de pão e cospem em pés descalços, em galhos secos, entre dedos e odores aos cantos tristes, tediosos de sabiás, pedintes e irrequietos.
Lá no alto sobre a colina de pedras sem mato verde, olhos assustados esperam em comboios enfileirados, às badaladas do Sino da SÉ, gente que se vai e se vem, têm pressa, os transeuntes passam que partem logo rumo aos purgatórios noturnos da periferia, antes do temporal em trânsito caótico, escura fumaça de gás-tóxico e decibéis, inundar teus olhos, não se iluda.
As árvores daqui são mais frondosas, os caules entrelaçados góticos arranham o céu, sobre as nuvens, folhas em janelas coloridas, algumas mudas em verde desbotado à cor do sol, amarelo cinza da tarde de janeiro e raízes fincadas em cimento. Dos ninhos subterrâneos brotam os filhos de pardais em troncos e choro sufocante das latas poluentes.
Não há quem diga nem quem se lembre d’outros tempos de jardins do paraíso, riachos límpidos, amplos campos em colinas da Mantiqueira enfileirava verde-musgo cafezais! Transmuta a correria de canaviais em néctar de açúcares venenosos do gozo extintos dos bem-te-vis.
Vem ter dessas preces! Mas não se iluda menina, pois são ásperas, ingênuas e quase nada eu sei de ti. Vem ver se condiz com a tua verdade o quê de natural perdeu o valor, e a consciência, nada importa mais. Vem que ainda há luz e tudo de mal-me-quer passa em tempo perdido dos cronômetros agonizantes, não se iluda mais, menina, chove.
São aves sujas em bando rolando no chão cuspido, defecado, odores de urina, esperam as águas das nascentes, rios em galerias das marés pluviais, para o frescor da tarde de janeiro. Nato morto visto com olhos indiferentes, catam migalhas e farelos de pão e cospem em pés descalços, em galhos secos, entre dedos e odores aos cantos tristes, tediosos de sabiás, pedintes e irrequietos.
Lá no alto sobre a colina de pedras sem mato verde, olhos assustados esperam em comboios enfileirados, às badaladas do Sino da SÉ, gente que se vai e se vem, têm pressa, os transeuntes passam que partem logo rumo aos purgatórios noturnos da periferia, antes do temporal em trânsito caótico, escura fumaça de gás-tóxico e decibéis, inundar teus olhos, não se iluda.
As árvores daqui são mais frondosas, os caules entrelaçados góticos arranham o céu, sobre as nuvens, folhas em janelas coloridas, algumas mudas em verde desbotado à cor do sol, amarelo cinza da tarde de janeiro e raízes fincadas em cimento. Dos ninhos subterrâneos brotam os filhos de pardais em troncos e choro sufocante das latas poluentes.
Não há quem diga nem quem se lembre d’outros tempos de jardins do paraíso, riachos límpidos, amplos campos em colinas da Mantiqueira enfileirava verde-musgo cafezais! Transmuta a correria de canaviais em néctar de açúcares venenosos do gozo extintos dos bem-te-vis.
Vem ter dessas preces! Mas não se iluda menina, pois são ásperas, ingênuas e quase nada eu sei de ti. Vem ver se condiz com a tua verdade o quê de natural perdeu o valor, e a consciência, nada importa mais. Vem que ainda há luz e tudo de mal-me-quer passa em tempo perdido dos cronômetros agonizantes, não se iluda mais, menina, chove.
In Verdade – 21 jan 2008
Um comentário:
Caro amigo, eu também vi São Paulo ontem, de fato estava assim, cinzento, nuvens escuras no céu e chovia fino, à tarde, sem muito esforço, choveu mais forte, janeiro ficou assim, todo dia muita chuva, vento e se o rodízio de carros estivesse livre, você ia ver uma coisa pior, o trânsito e quilômetros de engarrafamento, principalmente nas marginais... O que você viu não deixa de ser grande verdade desses tempos malucos do mundo.
Legal!
abraço, theo
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