sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Novembro - altamira

Fotografia de Amanda Com - in Olhares.com

Duas e meia da manhã
Alguém está sonhando
Alguém está sorrindo
Os cães latindo
Os grilos zunindo
Lá dentro da biologia
O sangue
A pressão arterial
Coração!

Duas e trinta e cinco da manhã
Alguém está amando
Aos gritos aos gemidos
O perfume da mulher
O cheiro da mulher
Sexo!

Duas e quarenta da manhã
Alguém está chorando
A manhã vai alta sem leme
Homens se despem
Mulheres se despem
A vida se despe assim
Original!

Duas e quarenta e três
Lá dentro o músculo cansa

Duas e quarenta e seis
Alguém está assustado
Os cães intimam uma pequena
A vida e a nossa vida passam

Duas e cinqüenta da manhã
Sugere a biologia noturna das horas
O perfume dos teus cabelos negros
O vermelho da tua boca manchada
O sorriso

O movimento quente e cansado
Dos teus lábios mornos
O desejo e o gozo da vida
O cheiro no teu corpo cala!

Três horas e sóis da manhã
Teus olhos cansados
Cumpra-se o sono
Vão-se as horas
Dormimos aos suspiros
À ressonância eterna
Dos que se dão

In Janelas abertas -1ª ed. nov 2007

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Simão!!!
É tudo mesmo uma questão de tinta, quero dizer de cores. já li este texto em Janelas Abertas, era sem cores, não tinha nenhuma decoração, simplesmente achei bonito, pois agora, nessa versão NET, achei que ficou mais bonito, lindo, lindo! você tem sempre um toque de sensualidade original.

muitos bjs.
Alê

Anônimo disse...

Caro professor, amigo Simão, ficou legal a postagem da poesia com vestido novo, bonita e sensual ficou "altamira". Legal mesmo!

abraços!

impulsos disse...

Horas
Minutos
Segundos
Tempo contado nos instantes que transbordam das noites em claro...

Beijo