Tu que dizes
Saber fazer poesia
Como é então o teu verso?
É livre é branco ou amarelo?
É romântico e tem as cores do arco-íris?
É claro como as cores dos teus olhos, menina?
Como é o teu verso?
O teu canto, como é?
Ah, já sei... O teu verso é livre!
Porque a liberdade é uma menina travessa e bonita
É um balão-de-junho verde-amarelo e São João
Não é assim o teu verso?
Se ainda não acertei
Não tem importância nenhuma
Os versos não têm importância nenhuma
Algumas pessoas dão importância para os versos
São almas doentes e tristes
E os versos são placebos tardios
Que mentem e não curam um câncer
Quando muito, agrupados em coletâneas antigas
Trazem traças e bolores para alérgicos. Eu?
O teu verso não é isso! É?
Acertei... Não acertei?
Diga-me então menina
Como é o teu verso
Que cores vêem os teus olhos
As tuas dores a tua esperança
E o teu sonho
Quem são os teus amores?
Uma vez quis saber de ti
Perguntei p’ro sol
À noite p’ra lua
E me disseram que tu eras
Assim bonita e tanta esperança
Um porvir sorrindo
Uma criança
In Janelas abertas - 1ª ed. nov 2007
3 comentários:
muito bom, gostei ;)
um beijo *
Olá, simão! para o poeta independe a dor, a cor, independe os versos, o poeta é um cão farejador bem treinado; senti, escolhi, fareja e sutilmente tira os versos à poesia
da parede, da muralha, se for, da tristeza e da alegria. O poeta é o gardião das dores do mundo. Bem podeia te dizer que os teus versos tiram da prática a teoria da leitura, me parece.
abraço, amigo
Assim sao as coisas, a gente vai trilhando caminhos pelos bloggers dos amigos, e quando entra por novas ramificaçoes, vai encontrando perolas, como as que tens aqui nesta pagina. Gostei muito de ter encontrado este cantinho. Um abraço
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