terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Distração em dezembro

Mulher, em que tu pensas enfim? Se pensas só nas vidas, e de quem seja? Vê se vale à pena pensar ao acaso! Esquecer-te em distração o mundo por fração de segundo, adianta muito ao teu consolo? Para quem são endereçados os teus pensamentos, e para onde vão os teus cordeirinhos selvagens? Da esteira branca à luz do sol transparente da manhã de dezembro, 29, resta-te o tempo fiel às coisas sem respostas certas ao vento que te carrega em plumas leves nas asas dos pardais e bem-te-vis do teu silêncio imperioso.

Oh – mulher! Das tantas outras que vi, tornaste-me único olhar, então, em que tu pensas enfim? Se por acaso for ao meu ciúme cantado em signo do zodíaco, nem considere tal confiança alheia, porque dos astros tudo o quê se pode esperar, se não for o clarão da Lua em noites cheias de esperança, a luz do Sol que nos deu o brilho desta manhã, outra coisa não vem que não seja retrato invisível, pueril colheita de frutos em pomares distantes, inexorável céus do teu pensamento.

Deste então, mulher tão ausente! Chego a imaginar que tu não pensas nas estrelas desse Natal, deste verão, deste Ano Novo, deste sol de piscina à pele clara de nossa criancinha, tampouco eu me exponho ao risco de tuas longas viagens sem vivê-las, nem senti-las, por acaso, não te acompanho às nuvens serenas que te encobre em lençóis leitosos em brisas frescas do mormaço do meio-dia, e às vezes te protege ao grito incômodo dos perfis, à sombra que te quero só.

Não me veja desse modo. Não te incomodo mais, mulher! Assim, se do meu sonho tu foste à imagem síntese o prêmio à minha grata realidade, e a vida ainda também me presenteou um templo ao sol, e todas as manhãs as silhuetas presentes da senhora Mãe, honrosa Madona! Juntei-me a ti e aos teus ais, inquietos pensamentos em linhas retas nas curvas do Universo, e seguimos juntos às nossas coisas do mundo. Cerquei-me da tua estátua em ilhéus, de duchas, esteira de descanso, chinelos coloridos e delicados, teus pés brancos, flores e revista ao bronze, ouro do céu em nossas mãos!
In verdades - 29 dez 2007

2 comentários:

Anônimo disse...

Amigo Simão, eu até entendo a preocupação de um homem diante da distração de uma mulher. Olhar uma mulher distraída, vê-la sozinha com os seus pensamentos, é como ouvir o vento e ver os galhos das árvores balançar, e folhas... E daí?! Não se sabe de onde vem o vento! A árvore, sim, eu sei, está aí postada pro mundo. Assim, eu acho que é a mulher aos olhos do marido companheiro, namorado, amantes dos pensamentos, femininos.
Acertei?! Sou apenas um palpiteiro, assim com é você, se arriscando a advinhar os pensamentos dela(s).

Abraço, Viamar

Anônimo disse...

olá, simao! viamar tem lá as suas razões, porque sequer me arrisco a julgar ou adivinhar os pensamentos das mulheres...vivo entre elas de diferentes idades, e nada me dá a certeza que um dia já acertei o quê uma delas pensou em qualquer momento do dia. A minha sintonia com as mulheres é muito restrita ao objetivo momentâneo, só isso. Porém, temos uma coisa "boa" em comum: observamos a mulher à sua atitude plena, às vezes muito restrita que também até me "incomoda".

abraço